Letras


CHÃOVERMELHO
RIOCLARO
Faz um longo tempo nem sei
Eu te encontrei e quis ficar
Eu só queria um lugar pra mim
Minha riqueza era viver assim
Estrada foi de coração
Estrada foi uma canção
O chão vermelho eu sangrei
E aqui lutei
O sol se mandou ligeiro outra vez
O tempo a gente viu passar
Na paisagem lisa vem o fim
Tudo aqui é tão parte de mim
Então plantei a devoção
Então plantei minha paixão
O chão vermelho eu sangrei
E aqui lutei

E agora como aquele trem
Nessa linha não vou andar
Sua bandeira eu enfrentei
Verde amarelo eu azulei
E o velho trem passou
E o velho trem não voltou
O chão vermelho eu sangrei
E aqui lutei.

De Ray Titto

AMOR CLANDESTINO
DOTÔ TONHO
Esse amor clandestino
Entrou no sótão do meu coração
Invadiu a fronteira
Da minha solidão
Esse amor clandestino
É tão bonito e medido numa explosão
É repleto, inquieto
Ardente, sem solução
Esse amor clandestino
Tem coragem e tem tanta paixão
E se guarda secreto
Alheio a qualquer opinião
Esse amor clandestino
Destino distinto que me pegou
Tocou os meus sentidos
E me fez ficar sorrindo como agora estou

De Antonio Oviedo

TIÃO DE DEUS
RIOCLARO
Naquela encruzilhada ele entendeu
O velho pai joão
E ali, ele cantava "Oi paixão"
No Rancho do Vale ou no Rancho dos Ipês
A mão do tempo era ele outra vez
Do que era feito aquele jeito dele
Amargurado de tocar como ninguém
Meia noite no estradão
É quando ele vem
Vindo da solidão
O que ele tem?
E esse rincão é seu
Tião de Deus
Tião de Deus
O violeiro mais querido
Da peonada e do patrão
Numa cela ou num altar
Zé do Prato já dizia: " Carreiro é o Rei"
E o ponteio dele é a lei.
No Bazar do Waldomiro ele tocou
E o chão goiano tremeu.
Meia noite no estradão
É quando ele vem
Vindo da solidão
O que ele tem?
E esse rincão é seu
Tião de Deus
Tião de Deus

De Ray Titto

BARCA FILA
Descendo a rua da ladeira
Com minha calça desbotada
E na minha alma tatuada
A espada enfiada no coração
O vento beija o meu sorriso
Sorrio quieto pois necessito
Esquecer o que está perdido
Perdido pois, agora eu sigo
Descendo a rua da ladeira
Buscando a paz mais derradeira
O sangue quente em minhas veias
Velo por tudo que me incendeia
No céu não vejo mais clareiras
Nada do briho dos olhos tristes
Que me queria de tal maneira
E eu sabia ser só o mais simples
Descendo a rua da ladeira
Vou espalhando ao vento o canto
E em cada canto um novo alento
Como o rebento de uma estrela
Eu vou pegar a Barca Fila
Vou me perder pelas divisas
Fitar minha sombra sobre as águas frias
E acreditar somente no coração

De Antonio Oviedo

FUSÃO
Dotô Tonho
Eu vi na confusão a fusão
Do rio com o ribeirão
Da ribeira o ribeiro bebendo
Na beira do rio
Na beira de tudo
Em que a água no rio afogou
Eu vi na confusão
Dos seus olhos nos meus
A sombra e a brasa
No seu coração
No seu suor
No seu sorriso
Em que a água do rio abraçou
Eu vi na confusão
Do céu com a explosão
Estrelas que se abandonaram
No verso da estação
Na vela de uma ilusão
Que na água do medo afundou

De Antonio Oviedo


LAMPEJO
Dotô Tonho
Eu tenho medo do raio da chuva
Eu tenho medo de te amar
De cabeça que não tem procura
De coração que não sabe falar
Eu tenho medo de uma loucura
Que não saiba se sustentar
Tenho medo da sua ternura
Se de tristeza ela amargar
Já passei pela rua do abandono
E vi bela dona a chorar
Vi um anúncio com o meu rosto
Procura-se vivo ou morto
Eu tenho medo do raio da chuva
Eu tenho medo de te amar
De cabeça que não tem procura
De coração que não sabe falar
Eu tenho medo que voce me negue
Depois que minha alma você tocar
Eu tenho medo que você me cegue
E que eu te siga pra qualquer lugar
Já passei pela rua do abandono
E vi bela dona a chorar
Vi um anúncio com o meu rosto
Procura-se vivo ou morto

De Antonio Oviedo


FRANCISCOS
Dotô Tonho
O sol solitário toca o mar
E as encostas encostam no Pacífico
Uma linha doura no ar
A ponte desenha um leve risco
E só os teus olhos podem contar
O que outrora por eles foi visto
Dizer- nos algo como a Terra é azul
Que nem Gagarim em tempos idos
Lá pelo Atlântico, onde há um rio
Silencioso, lânguido, comprido
Levando o nome de um santo lindo
Tal a cidade que beija o Pacifico
O Velho Chico desce a Canastra
A ponte de ouro na névoa grassa
E aos olhos do mundo transpassa
Pobreza ainda é a maior desgraça
E enquanto o rio corre no sentido
Da city que leva milhões de destinos
Que rodam no mundo que igualmente roda
Dentro da noite, invernia e silenciosa
E enquanto as águas o rio supera
Por cantos novos o povo sempre espera
Um canto que se espalhe pelas Américas
Canto dos que sonham, acreditam e operam

De Antonio Oviedo

O TREM
Dotô Tonho
Lá vem o trem,
passa que nem
Chega de onde,
não se sabe bem
Na trilha sempre,
no vai e vem
Um dia de noite
no outro nem sei
É o mesmo trem
corre que nem
Na velha chapada
Em Santarém
Com meu amor,
Ainda bem
Lá vem o trem
Ainda bem
Lá vai o trem
Passou passando
Outro já vem
Passou passado
Futuro vem
Ainda bem
Lá vem o trem
Ainda bem

De Antonio Oviedo

LUAR DO CERRADO
RIOCLARO Luar assim eu nunca vi
Luar assim eu nunca vi
Branqueia o estradão luar pra mim
Luar assim eu nunca vi
Moça bonita abre a janela pra te ver
E faz pedido pra encontrar seu bem querer
E quando um violeiro toca com saudade
E ela invade a madrugada prateada por você
Luar assim eu nunca vi
Luar assim eu nunca vi
Branqueia o estradão luar pra mim
Luar assim eu nunca vi
Nenhuma nuvem tem no céu desse luar
Até os bichos param pra te admirar
Então pranteia o Centro-Oeste que está triste
Pois a estiagem insiste em não deixar este lugar
Luar assim eu nunca vi
Luar assim eu nunca vi
Branqueia o estradão luar pra mim
Luar assim eu nunca vi.

De Ray Titto


LOBO GUARÁ
Dotô Tonho

Lobo Guará
Como voce eu vou chorar
Tiro lá na mata
Fuga pela estrada
Lobo Guará
Como voce eu vou chorar
Fogo que acaba
O alvo cinza lá no breu
Que todo dia
É dia de viver
Um bicho louco
Nessa mata crescer
Lobo Guará
Como você eu vou chorar
Tiram de tudo
A terra virgem o seu lugar
Lobo Guará
Como você eu vou chorar
No fim dessa estrada
A água brota, um paranã
Que todo dia
É dia de viver
Um bicho louco
Nessa mata crescer

De Antonio Oviedo

O RIO
RIOCLARO

Amanhã, outra vez
Eu vou partir e vou deixar
Um pouco disso tudo pra mim
Tanto que vivi e andei
E dessa doce água alguém
Provou... por onde eu passei
É que tem momentos que vão sempre
Com a gente e tem aqueles que nem
Sempre lembrar faz bem, como fonte
Que um dia secou
Como enchente que o riacho levou
Nessa corrente não convém a gente ir
Muito além
E quando a lua
Reluzir nas águas do Tocantins
Não vai ser o fim
De um grande amor, que
Chorou
No São Francisco pra desaguar
E formar
O Rio Paraguai
É que tem momentos que vão sempre
Com a gente e tem aqueles que nem
Sempre lembrar faz bem, como fonte
Que um dia secou
Como enchente que o riacho levou
Nessa corrente não convém a gente ir
Muito além

De Ray Titto

NAUFRÁGIO
Dotô Tonho

Onde na lua deserta
Pousam os sonhos vãos
Vê-se a Terra,
Azul e tão bela
Que se renova nos sonhos, a razão
De quem neste instante navega
Com sua barca marcada de dor
No mar tempestuoso da paixão
E só um sorriso sossega
E só o Sol é a flor
Que queima no espaço
O incenso perfumado do amor
E as ondas que o barco atravessa
Aos olhos da lua, solidão
Por mais que neste mar ele se perca
Aponta a bússola o coração
Onde na lua deserta
Pousam os sonhos vãos
Vê-se a Terra,
Azul e tão bela
Que se renova nos sonhos, a razão
De quem neste instante navega
Com sua barca marcada de dor
No mar tempestuoso da paixão

De Antonio Oviedo

SEU LUGAR
 RIOCLARO
A fogueira para esquentar
O frio na madrugada agora cai
No céu tantas estrela pra contar
E o cheiro que do mato verde sai
Ainda existe em mim
O seu Lugar
Ainda existe em mim
O seu Lugar
Meu jeito simples de ter o seu amor
É fechar os olhos pra te ver
Sentindo assim em mim o seu calor
E a saudade vai buscar você
Ainda existe em mim
O seu Lugar
Ainda existe em mim
O seu Lugar
É quando chega então o amanhecer
Aonde udo pode até voltar
Manhã menina que me traz você
E aqui é o seu lugar
Ainda existe em mim
O seu Lugar
Ainda existe em mim
O seu Lugar.

De Ray Titto e Aquiles Junior


BANDEIRAS
Dotô Tonho

Você pensa que estou cansado
Mas apenas estou parado
Na beira deste cenário
Que não sei como nunca desabou
E como sempre não fico calado
Canto a dor do solitário
Que ainda acredita na flor
E vive dentro deste aquário
A estrela ficou tão velha
O rockeiro desatinou
E a bandeira que se leva
É a do meu time que nunca ganhou
Falam tanto de uma luz
Que jamais se apagou
Mas quando tratam de amor
É na cama que se dá o teor
Sexo, grana e muito drama
Alimenta a multidão
Poder, imagem e muita fama
Mata a fome do garanhão
Coloque seus seios de plástico
Na cara daquele doutor
Use o sorriso mais cáustico
Candidate-se a governador
A mentira se tornou real
E a realidade ficou tão rasa
Os politicos se empaturram
O povo faminto, mendiga na praça
Você pensa que eu estou cansado
Mas foi só o tempo que passou
Pois eu ainda estou cantando
Que o sonho não acabou

De Antonio Oviedo

NOVE LONGAS NOITES
RIOCLARO

Então eu tentei me afastar
Numa cidade pequena
Por aí, em qualquer lugar
A sede dos desejos
Dançava em volta de mim
A noreste acima
É onde tem buriti
Que água tem

Tão longe agora estou
Tanto faz em que lugar
Nove longas noites longe de você
O sol já vai nascer
Tanto tempo tenho em mim
E nove longas noites longe de você

No Hotel Santa Inês
Uberaba eu avistei
Dourada e cintilante foi
Uberlândia ao entardecer
De Curvelo à Cristalina
Nela eu pensei
Daí pra Patos de Minas
O pó dessa estrada eu levantei

Refrão
Tão longe agora estou
Tanto faz em que lugar
Nove longas noites longe de você
O sol já vai nascer
Tanto tempo tenho em mim
E nove longas noites longe de você
De Curvello à Cristalina
Nela eu pensei
Daí pra Patos de Minas
O pó dessa estrada eu levantei

Tão longe agora estou
Tanto faz em que lugar
Nove longas noites longe de você
O sol já vai nascer
Tanto tempo tenho em mim.

De Ray Titto


ESTRELAS
Dotô Tonho
Estas pessoas que viraram estrelas
E fumavam de tudo nos anos 70
Ouviam rock e acreditavam
Que um dia mudariam o planeta
Enquanto os urubus
Circulavam planejando suas cabeças
Estas pessoas que viraram estrelas
E que foram torturadas nos anos 70
Lutaram muito e sonhavam
Que um dia mudariam o planeta
Enquanto os urubus
Circulavam planejando suas cabeças
Estas pessoas que sonharam
Estas pessoas que lutaram
Estas pessoas viraram estrelas
Viraram estrelas no céu da minha cabeça
No céu da sua cabeça
No céu de todas as cabeças

De Antonio Oviedo


LUA
Dotô Tonho

Como o sol
Que a lua fica a flertar
A flertar
Quero você
Como a onda quer o mar
Quer o mar
Navegar
Devagar
Vaga
Como à lua
A pluma nua quer voar
Quer voar
Quero você
Como a concha quer ecoar
Quer ecoar
Navegar
Devagar
Vaga
Como à lua
A pluma nua quer voar
Quer voar
Quero você
Como a concha quer ecoar
Quer ecoar
Navegar
Devagar
Vaga

De Antonio Oviedo

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